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Rudolf Hess
Rudolf Walter Richard Hess , foi um político de destaque da Alemanha Nazi. Nomeado Delegado do Führer por Adolf Hitler em 1933, prestou serviço neste cargo até 1941, quando viajou de avião, sozinho, para a Escócia, numa tentativa de negociar a paz com o Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial.
Foi detido e, posteriormente, julgado por crimes de guerra, sendo condenado a prisão perpétua. Hess alistou-se no 7.º Regimento de Artilharia Terrestre da Baviera no início da Primeira Guerra Mundial. Foi ferido por diversas vezes e recebeu a Cruz de Ferro de segunda classe, em 1915.
Pouco antes da guerra terminar, Hess matriculou-se na força aérea como piloto-aviador, mas não chegou a combater. Deixou as forças armadas em Dezembro de 1918 com a patente de Leutnant der Reserve Tenente de Reserva.
No outono de 1919, Hess entrou para a Universidade de Munique, onde estudou geopolítica com Karl Haushofer, um proponente do conceito de Lebensraum spaço vital, que mais tarde se tornaria um dos pilares da ideologia do Partido Nazi. Hess juntou-se ao NSDAP em 1 de Julho de 1920, e esteve ao lado de Hitler a 8 de Novembro de 1923 no Putsch da Cervejaria, uma tentativa falhada dos nazis de tomarem o controlo do governo alemão.
Durante o tempo na prisão de Landsberg devido ao golpe, Hess ajudou Hitler a escrever a sua obra Mein Kampf, que se tornou em uma das fundações da plataforma política do NSDAP. Depois da tomada de poder nazi em 1933, Hess foi designado para Delegado do Führer do NSDAP, e recebeu um cargo no gabinete de Hitler. Passou a ser o terceiro homem mais poderoso da Alemanha, atrás de Hitler e Hermann Göring.
Para além de aparecer em manifestações e palestras em nome dele, Hess redigiu grande parte da legislação, incluindo as Leis de Nuremberg de 1935, as quais retiravam os direitos dos judeus na Alemanha, e que estiveram na origem do Holocausto. Hess continuou o seu interesse na aviação, e aprendeu a pilotar os mais modernos aviões que estavam a ser desenvolvidos no início da Segunda Guerra Mundial.
A 10 de Maio de 1941, voou sozinho para a Escócia, onde esperava reunir-se com Douglas-Hamilton, o qual ele pensava fazer parte da oposição ao governo britânico, para falar sobre acordos de paz. Hess foi preso de imediato à sua chegada, e detido sob custódia britânica até ao final da guerra, voltando à Alemanha para ser julgado nos Julgamentos de Nuremberg, em 1946.
Durante uma grande parte do julgamento, alegou sofrer de amnésia, mas, mais tarde, admitiu tratar-se de um estratagema. Hess foi condenado a prisão perpétua por crimes contra a paz, e foi transferido para a Prisão de Spandau. A sua família e destacados políticos alemães, tentaram que fosse libertado mais cedo, mas foram impedidos pela União Soviética. Morreu em 1987 , em Spandau, com 93 anos de idade, em circunstâncias não totalmente esclarecidas.
Hess e o Nazismo
Nascido de uma família de comerciantes bávaros, de mãe britânica, Hess serve sob uniforme alemão durante a Primeira Guerra Mundial. Adere ao NSDAP em 1920, quando encontra Hitler, que ajudará a escrever Mein Kampf quando ambos eram prisioneiros após o Putsch de Munique de 1923.
Torna-se mais tarde secretário particular de Hitler, ascendendo à terceira posição na Alemanha Nazista, após Hitler e Hermann Göring. Hess teve uma posição privilegiada como adjunto de Hitler nos primeiros anos do regime nazista, mas foi sendo posto de lado pouco a pouco durante os anos 30, à medida que Hitler ganhava mais poder.
Essa tendência a marginalizar seu papel acentuou-se durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, que focalizou toda a glória popular nas outras personalidades próximas de Hitler: Hermann Göring, Joseph Goebbels e Heinrich Himmler. Ele foi, no entanto, nomeado membro do Conselho de Defesa do Reich em 1939, destinado assim a ser o sucessor de Hitler e Göring.
A fuga
Hess foi também o personagem principal de uma história rocambolesca da Segunda Guerra Mundial, quando na iminência da invasão da União Soviética pelas tropas de Hitler em 1941, embarcou sozinho num avião até o Reino Unido, saltando de pára-quedas sobre a Escócia na noite de 10 de maio, quebrando o tornozelo na queda, na esperança de encontrar o Duque de Hamilton.
Hess supunha que Hamilton fosse um opositor de Winston Churchill e por isso tentou encontrar-se com ele, pois Hess julgava Churchill e seu gabinete responsáveis pelo começo da guerra e não queria negociar diretamente com eles.
Sua proposta de paz foi similar àquela proposta por Hitler a Chamberlain pouco antes da invasão da Polônia: a Alemanha protegeria o Império Britânico enquanto a Inglaterra não se opusesse aos projetos alemães.
O estranho comportamento de Hess, bem como sua proposta extrema, acabaram por minar sua reputação como negociador, principalmente depois que Hamilton teve certeza de que ele não fora enviado por Hitler. Hess ficou furioso quando as autoridades o fizeram prisioneiro em vez de ser tratado como um enviado especial para uma missão de paz e revelou-se uma pessoa extremamente ansiosa.
Um dia atirou-se das escadas, acabando por partir uma perna. A pedido dos Serviços Secretos britânicos, o médico militar britânico Henry Dicks examinou Rudolf Hess a 2 de Junho de 1941, quando este esteve detido em Surrey considerando-o um psicopata, mais patético do que ameaçador. Hess foi aprisionado na Torre de Londres, e Hitler divulgou a notícia de que Hess havia enlouquecido e agido por iniciativa própria. Martin Bormann tomou seu lugar no posto de adjunto.
Julgamento
Hess foi julgado no Processo de Nuremberg após a guerra por crimes contra a paz e foi condenado à prisão perpétua sob insistência da União Soviética. Durante os anos que se seguiram, ele foi o « prisioneiro número 7 . Após as liberações de Baldur von Schirach e Albert Speer em 1966, Hess tornou-se o último prisioneiro da Prisão de Spandau Berlim oeste.
Seus guardas indicaram que sua saúde mental degradara-se profundamente, e que havia perdido a memória. Não me defendo de meus acusadores, aos quais nego o direito de me acusarem, a mim e aos meus compatriotas. Não me defendo das acusações que competem aos assuntos internos da Alemanha, e que nada importam aos estrangeiros.
Não protesto contra as declarações que afetam a minha honra e a honra de todo povo alemão. Durante longos anos de minha vida me foi concedido viver ao lado do homem mais poderoso produzido por seu povo em sua história milenar. Mesmo se pudesse, não desejaria apagar esse tempo de minha existência.'
Eu me sinto feliz por haver cumprido com o meu dever como alemão, como nacional-socialista e como fiel do Führer. Não me arrependo de coisa alguma. Se tivesse de começar tudo de novo, trabalharia da mesma forma, mesmo sabendo que ao final me aguardaria uma fogueira para a minha morte. Pouco importa o que podem fazer os homens. Comparecerei diante do Todo-Poderoso. A Ele prestarei minhas contas, e sei que me absolverá.
Morte
Hess morreu em 1987, ainda prisioneiro em Spandau. Sua morte foi qualificada de suicídio. Hess, então com 93 anos estava quase cego e movia-se com extrema dificuldade. Segundo a versão oficial, ele foi até à casa do jardim, colocou um cabo elétrico ao redor do pescoço e cometeu o suicídio. Entretanto, as declarações de sua enfermeira pessoal também colocam em xeque a versão oficial.
Ela encontrou Hess sem sinal de vida no interior da casa do jardim. Tentando reanimá-lo pediu o saco de primeiros socorros que segundo ela, foi entregue com uma grande demora, exageradamente longa e que lhe chegou às mãos já aberto, com os instrumentos cirúrgicos destruídos e a garrafa de oxigênio vazia. Esta enfermeira que acompanhou os últimos 5 anos da vida de Rudolf Hess afirma que "Hess tinha muita artrite nas mãos e já estava bastante fraco para se manter de pé sem apoio.
Ele não conseguia atar os seus sapatos nem levantar os seus braços a uma altura suficiente para colocar um cabo no seu pescoço o que derrubaria a tese de suicídio por enforcamento. Uma segunda autópsia foi efetuada a pedido do seu filho, Wolf Hess, que contratou o patologista Dr. Spann, do Hospital de Munique.
A sua conclusão refuta a opinião do médico britânico, James Malcom Cameron: Muito provavelmente Rudolf Hess foi estrangulado por trás, por outra pessoa. Após sua morte, as autoridades tentaram sepultá-lo em lugar secreto. Mais uma vez, seu filho interveio e conseguiu levar o corpo para o cemitério da família.
A cerimónia só pôde ser realizada de madrugada, com familiares mais próximos, não podendo exceder os 2 minutos, tudo sob controle das autoridades.
Após a morte de Hess, neonazistas da Alemanha e de toda a Europa encontraram-se em Wunsiedel, onde ele foi enterrado, para uma certa marcha pela memória. Essas manifestações repetem-se a cada ano, no dia da morte de Hess, apesar de proibidas de 1991 a 2000 anos durante os quais as marchas ocorreram em diversas cidades das redondezas.
As marchas de 2002 e 2003 novamente autorizadas reuniram 2500 neonazistas. Em julho de 2011 os responsáveis pela comunidade de Wunsiedel exumaram os restos mortais de Rudolf Hess e destruíram o seu túmulo com a intenção de acabar com os manifestos e atos em torno da figura símbolo de Rudolf depois de Hitler, pois tais manifestações perturbavam a ordem e a paz da pequena cidade.
TEXTO WIKIPÉDIA