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Políbio
Políbio, foi um geográfo e historiador da Grécia Antiga, famoso pela sua obra Histórias, cobrindo a história do mundo Mediterrâneo no período de 220 a.C. a 146 a.C.. É-lhe também atribuída a invenção de um sistema criptográfico de transliteração de letras em números.
Biografia
Políbio nasceu na cidade de Megalópolis, na Arcádia, Grécia, entre os anos de 203 a.C. e 201 a.C., fazendo parte da nobreza da sua cidade natal. Ingressou aí na actividade política, devotando-se à defesa da independência da Liga da Aqueia. Chegou a ser eleito hiparco comandante de cavalaria do exército federal da Liga, e encaminhava-se para uma brilhante carreira política que foi subitamente interrompida.
Quando da Terceira Guerra da Macedónia 171 a.C. - 168 a.C., que opôs Roma a Perseu da Macedónia, Políbio liderou a defesa da neutralidade da Aqueia naquele conflito. Contudo, não conseguiu conquistar a confiança romana, o que derrotou as intenções de neutralidade da Liga. Em consequência, os romanos decidiram levar 1000 nobres da Aqueia como reféns para Roma em 167 a.C., forçando-os a permanecer no exílio durante 17 anos. Entre estes reféns, encontrava-se Políbio.
Sendo um homem culto, em Roma teve a oportunidade de ser preceptor do jovem Cipião Africano, futuro herói da Terceira Guerra Púnica, estabelecendo laços que os ligariam durante toda a vida.
Apesar de em 150 a.C. ter obtido, por intercessão de Cipião, a possibilidade de regressar à Aqueia, parece ter previsto o choque inevitável das pretensões de independência da Liga e dos desejos romanos de submissão incondicional, e decidiu acompanhar Cipião, como conselheiro informal, nas suas campanhas na Numância e na guerra contra Cartago. Assim, presenciou a destruição de Cartago, legando à posteridade um relato presencial dos acontecimentos.
Deve-se a Políbio o registo da estela que num templo de Cartago descrevia a viagem de Hanno e de diversas informações que permitiram preservar, embora de forma ténue, o legado cultural púnico.
No mesmo ano a cidade de Corinto foi destruída e a romanização da Grécia atingia o seu auge. Neste contexto, Políbio regressou à Grécia, tendo-se dedicado, dadas as suas ligações à elite romana, a tentar minorar a dureza do jugo romano sobre as cidades gregas. Foi-lhe confiada a missão de nelas introduzir a governação romana, tarefa em extremo difícil e delicada, mas da qual se houve por forma a obter o reconhecimento de ambas as partes.
Alguns anos depois voltou a Roma, tendo-se dedicado aos seus trabalhos históricos, nos quais a proximidade à elite governante de Roma, e a sua cultura, fizeram de Políbio um observador privilegiado da política e cultura romanas. No âmbito desses trabalhos, empreendeu diversas viagens, procurando observar em primeira mão os lugares e o cenário dos eventos que descrevia na sua história.
Procurando obter rigor na descrição histórica, entrevistou veteranos das guerras que descreveu, procurando obter informação presencial dos eventos mais recentes. Através da sua influência em Roma, obteve acesso privilegiado aos arquivos públicos, tendo cuidadosamente compulsado as fontes documentais existentes.
Após a morte de Cipião, retornou à Grécia, onde faleceu aos 82 anos em consequência de uma queda de cavalo.
Atribui-se a Políbio a invenção de um sistema criptográfico que permite com facilidade transformar letras em números e, através de uma chave numérica simples, recriar o texto inicial. Este sistema simples de criptografia foi usado até o século XIX.
Os trabalhos de Políbio tiveram grande influência sobre diversos pensadores e políticos, nomeadamente Cícero e Montesquieu, e serviram de fonte a múltiplos historiadores posteriores, entre os quais Tito Lívio.
De acordo com a tradição grega de valorizar o testemunho contempoirâneo e a História recente, nos seus escritos Políbio narra preferencialmente os acontecimentos da sua própria geração e da imediatamente anterior. É um dos primeiros historiadores a encarar a História como uma sequência lógica de causas e efeitos. A sua obra baseia-se numa cuidadosa análise crítica das fontes existentes e da tradição, descrevendo com vivacidade os acontecimentos e as motivações e valores subjacentes, tendo como objectivo uma visão global dos acontecimentos e não uma simples cronologia de factos.
A obra de Políbio, de que não se conhece hoje senão uma parte, é considerada como sendo objectiva e fundada numa sólida análise das fontes, o que o coloca a par de Tucídides em termos de cientificidade na análise histórica. Infelizmente, seu estilo é prolixo e incolor o que muito prejudicou a preservação da sua obra. Como aliás seria de esperar, a sua descrição dos acontecimentos nem sempre é neutra, sendo claro o seu esforço no sentido de justificar as suas acções e as dos que lhe estavam mais próximos, por vezes em detrimento de outros. Sua hostilidade em releção aos inimigos gregos da Liga da Aqueia - como a Liga Etólia e o tirano "populista" de Esparta, Nabis, é notória. Por outro lado, a obra foi escrita com o objectivo de explicar aos gregos as razões da ascensão de Roma, procurando convencê-los da inevitabilidade da aceitação do domínio romano, ganhando assim em algumas passagens um excessivo tom apologético.
Posidónio
Posidónio ou Posidônio foi um político, astrônomo, geógrafo, historiador e filósofo estoico grego.
Biografia
Nasceu numa família grega em Apameia, uma cidade romana sobre o rio Orontes, a norte da Síria. Estudou em Atenas com Panécio de Rodes, cabeça, naquele tempo, da escola estoica. Posidônio fez depois longas viagens, por exemplo, ao Egito ou à península Ibérica.
Por volta de 97 a.C. assentou-se em Rodes, centro intelectual grego da época, onde participou na vida publica e foi embaixador em Roma 87-86 a.C.. Esse mesmo ano chegaria a fundar a sua escola. Lá foi ouvir Cícero em 78 a.C., e Pompeu visitou-o duas vezes.
As suas conexões com a classe dirigente romana serviram para as suas explorações geográficas. Visitou e descreveu o mundo bárbaro, em especial os Celtas.
As suas obras perderam-se, e somente muito recentemente, mediante a análise crítica da literatura produzida sob a sua influência, conseguiu-se ter alguma ideia —embora não totalmente clara— da grandeza de Posidônio.
Historiador e geógrafo, racionalista e místico, reuniu diversas correntes filosóficas dentro da estrutura de um monismo estoico, e tratou de apoiar as suas teorias com o seu grande saber empírico. Zeller chamou-o de "o espírito mais universal que houve na Grécia desde a época de Aristóteles".
Por volta de 100 a.C., Posidônio observou que a estrela Canopus tinha uma altura de 7º30' em Alexandria enquanto em Rodes apenas era divisada sobre o horizonte. Estimou a distância entre ambas as cidades em 5000 estádios e obteve a medida da circunferência terrestre aproximadamente 44 000 quilômetros.
Filosofia
Posidônio retomou as teorias dos estoicos e combinou-as com elementos platônicos e aristotélicos. Dos primeiros recolheu a ideia de um cosmo vivo e dos segundos a existência de uma alma, com emoções que podem ser positivas. Foi o criador do estoicismo ou estoa média, do qual foi o seu maior expoente.
EXTRAÍDO DA WIKIPÉDIA