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IMPÉRIO ROMANO
Império Romano foi um Estado que se desenvolveu a partir da península Itálica, durante o período pós-republicano da antiga civilização romana, caracterizado por uma forma de governo autocrática e por grandes propriedades territoriais na Europa e em torno da bacia do mar Mediterrâneo.
Os 500 anos de existência da República Romana, que precedeu o império, foram enfraquecidos e subvertidos por várias guerras civis.
Muitas datas são habitualmente propostas para marcar a transição da república para o império, como a data da indicação de Júlio César como ditador perpétuo 44 a.C.; a vitória de seu herdeiro, Otaviano, na Batalha de Áccio 2 de setembro de 31 a.C.; ou a data em que o senado romano outorgou a Otaviano o título honorífico de Augusto 16 de janeiro de 27 a.C.. Assim, o termo "Império" tornou-se a designação utilizada, por convenção, para se referir ao Estado romano nos séculos que se seguiram à reorganização política efetuada pelo primeiro imperador, Augusto.
Embora Roma possuísse colônias e províncias antes desta data, o Estado pré-Augusto é conhecido como República.
A expansão territorial romana começou na época da república, mas o império alcançou sua maior extensão sob o governo do imperador Trajano: durante o seu reinado o Império Romano controlava aproximadamente 6,5 milhões de quilômetros quadrados da superfície terrestre.
Por causa da vasta extensão do império e de seu longo tempo de existência, as instituições e a cultura de Roma tiveram uma profunda e duradoura influência sobre o desenvolvimento dos idiomas, da religião, da arquitetura, da filosofia, do direito e das formas de governo nos territórios governados pelo romanos, particularmente na Europa e, por meio do expansionismo europeu, em todo o mundo moderno.
No final do século III, Diocleciano estabeleceu a prática de dividir a autoridade entre
quatro co-imperadores, a fim de melhor proteger o vasto território,
pondo fim à crise do terceiro século.
Durante as décadas seguintes o império era frequentemente dividido ao longo de um eixo Ocidente-Oriente.
Após a morte de Teodósio I em 395, o império foi dividido pela última vez. O Império Romano do Ocidente acabou em 476, quando Rômulo Augusto foi forçado a se render ao chefe militar germânico Odoacro.
O Império Romano do Oriente conhecido como Império Bizantino chegou ao fim em 1453, com a morte de Constantino XI Paleólogo e com a invasão da cidade de Constantinopla pelos turcos otomanos, liderados por Maomé II, o Conquistador.
História
A expansão romana teve início no século VI a.C., pouco após a fundação da república.
No entanto, só no século III a.C. é que Roma iniciou a anexação de províncias fora
da península itálica, quatro séculos antes de alcançar a sua maior extensão territorial e,
nesse sentido, constituía já um "império", apesar de ainda ser governado
enquanto república.
A República Romana não era um estado-nação no sentido contemporâneo do termo, mas antes uma rede de cidades, cada uma com diferente grau de autonomia em relação ao senado romano.
As províncias republicanas eram administradas por antigos cônsules e pretores, eleitos para um mandato de um ano. O poder militar dos cônsules tinha como base a noção jurídica de imperium, ou comando militar.
Ocasionalmente, os cônsules bem-sucedidos eram agraciados com o título imperator comandante, o qual está na origem do termo "imperador".
A partir do final do século II a.C., ao mesmo tempo que Roma vive uma série de conflitos internos, conspirações e guerras civis, a sua influência alarga-se para além de Itália.
O século I a.C. foi um período de instabilidade, marcado por diversas revoltas políticas e militares que abriram caminho para a implementação de um regime imperial. Em 44 a.C., Júlio César é aclamado ditador perpétuo antes de ser assassinado.
No ano seguinte, Otávio Augusto, sobrinho neto e filho adotivo de César e um dos mais destacados generais republicanos, torna-se um dos três membros do Segundo Triunvirato — uma aliança política com Lépido e Marco António.
A divisão do império entre António e Augusto foi efémera. As tensões entre ambos no período que se seguiu à Batalha de Filipos levaram à dissolução do triunvirato em 32 a.C. e ao confronto na Batalha de Áccio, da qual Marco António e a rainha Cleópatra saíram derrotados e que proporcionou a anexação do Reino Ptolemaico por Augusto.
O Senado e o Povo de Roma proclamaram Otávio Augusto príncipe princeps; primeiro cidadão com imperium proconsular e o título augusto augustus; o venerado. Este evento assinala o início do principado romano, a primeira época do período imperial entre 27 a.C. e 284 d.C.
O governo de Augusto pôs fim a um século de guerra civil, dando início a uma época sem precedentes de estabilidade social, prosperidade económica e Pax Romana "paz romana, que se prolongou durante os dois séculos seguintes.
As revoltas nas províncias eram pouco frequentes e rapidamente controladas. Sendo agora o único governador de Roma, Augusto iniciou uma série de reformas militares, políticas e económicas em larga escala.
O senado atribuiu-lhe o poder de nomear os próprios senadores e autoridade sobre os governadores de província, criando de facto o cargo que mais tarde seria denominado imperador romano.
Em 27 a.C., Augusto tentou devolver o poder ao senado, o qual recusou, confirmando assim o novo regime político. Otávio recebeu do senado o título de Augusto e escolheu para si o título de príncipe.
Augusto implementou princípios de sucessão dinástica, sendo sucedido na dinastia júlio-claudiana por Tibério, Calígula, Cláudio. Em 69 d.C., durante o ano dos quatro imperadores, Vespasiano ascende ao poder e funda a efémera dinastia flaviana, sucedida pela dinastia nerva-antonina e da qual fizeram parte os imperadores Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio.
Em 212, durante o reinado de Caracala, foi concedida cidadania romana a todos os cidadãos livres do império. Mas apesar deste gesto de universalidade, a dinastia severa foi marcada por vários tumultos ao longo da crise do terceiro século, uma época de invasões, agitação social, dificuldades económicas e pela peste.
No contexto da periodização da História, esta crise é geralmente considerada o momento de transição entre a Antiguidade clássica e a Antiguidade Tardia.
Diocleciano renunciou ao papel de príncipe e adotou o título domine mestre ou lorde, marcando a transição do principado para o dominato — um estado de monarquia absoluta que se prolongaria até à queda do Império Romano do Ocidente em 476. Diocleciano impediu o colapso do império, embora o seu reinado tenha sido marcado pela perseguições ao cristianismo.
Durante o seu reinado, o império foi dividido numa tetrarquia de quatro regiões, cada uma governada por um imperador distinto. Em 313 a tetrarquia entrou em colapso. Após uma série de guerras de sucessão, Constantino emerge como único imperador e o primeiro a converter-se ao cristianismo, estabelecendo Constantinopla como capital do império do oriente.
Ao longo das dinastias constantina e valentiniana, o império encontrava-se dividido numa metade ocidental e noutra oriental, sendo o poder partilhado por Roma e por Constantinopla. A sucessão de imperadores cristãos foi brevemente interrompida por Juliano, que tentou restaurar as religiões romana e helenística.
Teodósio I, o último imperador a governar o império oriental e ocidental, morreu em 395, após ter decretado o cristianismo a religião oficial do império.
A partir do início do século V o Império Romano começou a fragmentar-se, uma vez que o elevado número de migrações dos povos germânicos era superior à capacidade do império em assimilar os migrantes.
Embora o exército romano fosse eficaz a repelir os invasores, o mais notável dos quais Átila, o Huno, o império tinha assimilado de tal forma povos germânicos com lealdade duvidosa a Roma que o império se começou a desmembrar a partir de si próprio.
A maior parte dos historiadores data a queda do Império Romano do Ocidente em 476, ano em que Rómulo Augusto foi deposto pelo líder germânico Odoacro.
No entanto, em vez de assumir para si o título de imperador, Odoacro submeteu-se ao domínio do Império Romano do Oriente, terminando assim a linha de imperadores ocidentais.
Ao longo do século seguinte, o império oriental, conhecido atualmente como Império Bizantino, foi perdendo progressivamente o domínio da parte ocidental.
O Império Bizantino terminou em 1453, com a morte de Constantino XI e a conquista de Constantinopla pelo Império Otomano.
TEXTO WIKIPÉDIA