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CONQUISTA E CASTELO DE SANTARÉM

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CONQUISTA DE SANTARÉM

A Conquista de Santarém teve lugar no dia 15 de março de 1147, quando as tropas do Reino de Portugal, sob a liderança de Afonso I de Portugal capturou a cidade moura de Santarém.

Preparação

A 10 de março 1147, D. Afonso Henriques partiu de Coimbra com 250 de seus melhores cavaleiros com a intenção de capturar a cidade moura de Santarém, um objetivo que ele tinha anteriormente e que não conseguira alcançar.

A conquista de Santarém foi de importância vital para a estratégia de Afonso; sua posse significaria o fim dos ataques mouros frequentes sobre Coimbra e Leiria, e também permitiria um ataque futuro em Lisboa.

O plano agora era atacar a cidade durante a noite sob o manto da escuridão, com o fim de apanhar a guarnição moura de surpresa. O rei Afonso tinha enviado previamente o português Mem Ramires de Santarém disfarçado como um homem de negócios, com a tarefa de estudar secretamente a cidade para a conquista.

Após o primeiro dia de viagem de Coimbra para Santarém, D. Afonso Henriques enviou um emissário a Santarém anunciando aos mouros que a trégua terminara, para a qual foi requerida uma notificação de três dias.

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Queda de Santarém

Na noite de 14 de março, D. Afonso Henriques e seu exército chegam a Santarém. Com a ajuda de escadas, vinte e cinco cavaleiros escalam as paredes, matam os sentinelas mouros e forçam o seu caminho para o portão, permitindo que o principal exército português entre na cidade.

Acordados pelos gritos dos seus sentinelas, os mouros correram por todos os lados para enfrentar os portugueses nas ruas oferecendo-lhes uma resistência muito forte, mas acabaram sendo derrotados e por sofrer uma grande derrota.

Pela manhã, a conquista já tinha sido concluída, e Santarém tornou-se parte do reino recém-formado de Portugal.

Resultado

Depois da conquista de Santarém, D. Afonso Henriques voltou a sua atenção para a cidade moura importante de Lisboa, que ele iria conquistar em outubro, com a ajuda de uma frota de cruzados da Segunda Cruzada, que parou em Portugal, enquanto se dirigiam para a Terra Santa.

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CASTELO DE SANTARÉM

O Castelo de Santarém, no Ribatejo localiza-se na freguesia de Marvila, cidade de Santarém, concelho e distrito de mesmo nome, em Portugal. Em sítio privilegiado em termos estratégico-defensivos, com fácil acesso ao rio e cercado por solos férteis para a agricultura, o castelo era integrante da chamada Linha do Tejo à época medieval. Atualmente restam apenas alguns troços das suas muralhas e a chamada Torre das Cabaças.

História

Antecedentes

A primitiva ocupação humana de seu sítio remonta a um possível castro pré-histórico, que daria lugar a uma povoação desde o século VIII a.C.. Os Romanos atingiram o povoado desde 138 a.C., designando-o como "Scalabi Castro" ou simplesmente "Escálabis", momento em que se constituiu em importante entreposto comercial no médio curso do rio Tejo e centro administrativo da província.

Posteriormente, a partir da conquista da península pelas tropas de Júlio César 90 a.C., esta povoação passou a sediar uma guarnição militar permanente, sendo rebatizada como "Presídio Júlia quando deve ter sido fortificada.

A sua importância é confirmada pelo traçado da via que ligava Lisboa a Astorga, passando por Conímbriga, Cale e Bracara Augusta. No alvorecer do século V, diante da invasão da Hispânia pelos bárbaros Alanos, Vândalos, a povoação foi dada a Sunerico 460.

Os Suevos se apossaram sem grande dificuldade da povoação 529, no que foram sucedidos posteriormente, no século VII pelos Visigodos, altura em que era denominada como "Sancta Irena".

No início do século VIII, ocupada pelos Muçulmanos, que a designavam como "Chantirein" ou "Chantarim", manteve-se a sua estrutura urbana e fortaleceu-se a sua vocação agrícola, comercial e administrativa. No contexto da Reconquista cristã da península, Santarém foi por diversas vezes alvo das investidas dos reis asturo-leoneses, época em que as suas fortificações devem ter sido sucessivamente reparadas e reforçadas pelos Muçulmanos.

Entre o final do século XI e o início do século XII, a posse da praça alternou-se estes e os cristãos, ao sabor dos avanços e recuos da fronteira.

O castelo medieval

À época da Independência de Portugal, diante do avanço para o Sul das forças portuguesas sob o comando do rei D. Afonso Henriques 1112-1185, o Castelo de Santarém foi conquistado, em 15 de Março de 1147, de surpresa em um assalto noturno.

Na ocasião, o soberano doou todo o direito eclesiástico da povoação à Ordem dos Templários: "Em nome da Santíssima Trindade, Padre. Filho e Espírito Santo. Eu, D. Afonso, por graça de Deus, rei dos portugueses, começando minha jornada para o castelo, que se chama Santarém, propus em meu coração, e fiz voto, que Deus por sua misericórdia mo concedia, lhe ofereceria todo o direito eclesiástico e aos cavaleiros e mais religiosos do Templo de Salomão, que residem em Jerusalém em defensão do Santo Sepulcro, alguns dos quais me acompanharam nesta empresa.

E porque o Senhor me fez tão grande mercê que deduziu a próspero fim meu desejo, portanto eu, D. Afonso, sobredito rei, com minha mulher a rainha D. Mafalda, fazemos doação aos cavaleiros nomeados de todo o direito eclesiástico de Santarém, para que o tenham e possuam, assim eles como seus sucessores, para sempre, de modo que não se entremeta nele pessoa alguma secular nem eclesiástica.Feita esta escritura no mês de abril da era de 1185, 1147 da era cristã.

Em termos de historiografia, uma importante fonte documental sobre o assalto a Santarém é o manuscrito "De expugnatione Scalabis", redigido por monges do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra para assinalar o feito do soberano.

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A povoação e seu castelo encontravam-se no caminho da investida do califa almoáda Abu Ya'qub Yusuf I, sendo atacados em 1171. As forças muçulmanas, na ocasião, foram dispersadas pelas tropas de Fernando II de Leão, genro de D. Afonso Henriques, que na ocasião se encontrava em Santarém.

Um novo ataque muçulmano se materializa em 1181, encontrando-se na cidade o infante D. Sancho, tendo os assaltantes recuado diante de uma contra-ofensiva dos defensores. O alcaide de Santarém foi dos que, já em 1245, reconheceram a autoridade do Infante D. Afonso, quando este chegou a Portugal, de que fora nomeado regente em substituição ao seu irmão, D. Sancho II 1223-1248, deposto pela autoridade do Papa.

Mais tarde, em 1324, Santarém e seu castelo se colocaram a favor de outro Infante D. Afonso, este filho de D. Dinis 1279-1325, quando este se revoltou contra o seu pai. Dominada a revolta pelas forças do monarca, este aqui viria a falecer, a 7 de Janeiro de 1325. Sob o reinado de D. Fernando 1367-1383, este procedeu-lhe reforço e ampliação nas defesas, como por exemplo a reforma da Porta de Santiago, em arco ogival 1382.

Com a sua morte, abrindo-se a crise de 1383-1385, em seus muros se refugiou, após o Natal de 1383, a rainha viúva, D. Leonor Teles, que antes tentara fazer alçar pendão na cidade por sua filha, D. Beatriz, como rainha de Portugal e de Castela.

Tendo a rainha viúva solicitado a intervenção de Castela, a ela se reuniu o seu genro, João I de Castela, a quem entregou o regimento e senhorio do reino com o apoio de boa parte da nobreza portuguesa Janeiro de 1384.

João I de Castela colocou nos muros de Santarém uma guarnição castelhana, e a praça só retornou a mãos portuguesas imediatamente após a batalha de Aljubarrota 1385.

Um último Infante D. Afonso marcaria a história da vila e seu castelo: alguns estudiosos apontam o falecimento do filho de D. João II 1481-1495, em um trágico acidente de cavalo no Mouchão de Alfange, às margens do rio Tejo 1491, como uma das razões do afastamento da Corte da vila de Santarém e o seu consequente declínio de importância administrativa no reino. As defesas de Santarém foram severamente danificadas pelo terramoto de 1531.

Do século XVII aos nossos dias

D. João IV 1640-1656, no contexto da Guerra da Restauração, e, mais tarde, D. Miguel 1828-1834, no das Guerras Liberais, promoveram, em cada período, obras de modernização e reforço nas defesas da vila.

Este último serviu-se do castelo da vila como reduto, de Outubro de 1833 a 17 de Maio de 1834. Com a paz e o progresso económico, foi elevada a cidade em Dezembro de 1868.

A expansão da malha urbana, que agora se acelerava, absorveu as suas defesas medievais, das quais restam, em nossos dias, apenas remanescentes como o recinto fortificado da Alcáçova, a Porta de Santiago, a Porta do Sol e alguns troços das muralhas, classificados como Imóvel de Interesse Público.

A partir da década de 1990 foram iniciados trabalhos de prospecção arqueológica visando identificar troços remanescentes das antigas muralhas, consolidando alguns deles.

No recinto da Alcáçova, pesquisado pelo Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa com o apoio do Instituto Português do Património Arquitectónico IPPAR, foi trazido à luz um podium base de um templo romano com cerca de 15 metros de lado, que se presume datar do século I a.C..

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Características

Castelo de montanha, com elementos do estilo românico e do estilo gótico, era primitivamente integrado pelo recinto da alcáçova e pela muralha da vila, defendida por uma barbacã. Também possuíam cerca os bairros ribeirinhos da Ribeira e do Alfange.

A cerca da vila era rasgada por sete portas, determinadas pelas sete vias de acesso: Porta de Santiago, de acesso à Ribeira; Porta do Sol, de acesso ao Alfange; Porta da Alcáçova; Porta de Leiria; Porta de São Manços e postigo de mesmo nome; Porta de Alpram ou de Alporão, de acesso a Marvila; Porta de Valada.

Destas, restam apenas vestígios das duas primeiras. Um brasão de armas de Portugal, ladeado por uma epigrafia atualmente mutilada e ilegível ladeia os restos das ogivas, interna e externa, da Porta de Santiago. Outras referências existem à Porta de Atamarma de acesso à Ribeira, à Porta das Figueiras, ao Postigo de Gonçalo Eanes da Carreira ou de D. Margarida, ao Postigo de Santo Estevão, ao Postigo de Vale de Rei, ao Postigo de Gonçalo Correia na muralha que delimitava uma zona intermédia entre a Alcáçova e Marvila, à sombra da Igreja de São Martinho, e o Postigo do Ferragial em Marvila.

Das primitivas torres são referidas a Torre do Bufo, na Alcáçova, a Torre de Manços e a torre albarrã ou também denominada como torre de menagem, junto à Alcáçova. Chegaram aos nossos dias: o recinto junto à Porta do Sol com três torreões coroados por merlões, que se prolonga sobranceiro ao vale do Alfange, na ribeira, integrado por uma guarita seiscentista em um dos vértices; troços de muralha junto à Porta da Traição, no monte sobranceira à Fonte das Figueiras; troços da cerca da vila na escola primária de Marvila bairro do Pereiro e fronteiros à igreja dos gracianos. o chamado Cabaceiro ou Torre das Cabaças.

Desses vestígios conclui-se que as muralhas medievais apresentavam panos verticais, coroados por merlões prismáticos, rasgados por seteiras e reforçados a espaços regulares por baluartes de planta quadrangular e semicircular e por torres quadrangulares. As portas de acesso apresentavam vão em arco quebrado. Com relação à fortificação seiscentista, em estilo maneirista, era integrada por um revelim de planta triangular, com panos em talude e guarita encimada por cúpula no vértice.

FONTE WIKIPÉDIA

 

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